Servidores públicos municipais e populares participaram de uma mobilização nacional em defesa do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), o chamado Dia ‘D’, é uma ação de entidades que compõem a rede da assistência social manifestam oposição à proposta orçamentária encaminhada pelo Ministério do Planejamento à Câmara dos Deputados em Brasília (DF) e que prevê cortes de investimentos em serviços, programas, projetos de Assistência social e benefícios destinados às pessoas idosas e com deficiência em 2018. De acordo com previsão do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) o impacto supera R$ 3 bilhões de reais.

A mobilização acontece em Nortelândia nesta quinta-feira (28.09), e os atendimentos ao público foram suspensos no município, que também aderiu à campanha. A unidade do Centro de Referência a Assistência Social (CRAS) esteve aberta apenas para receber os clientes do SUAS, destinadas à orientação acerca da temática referente ao corte de recursos e seus impactos diretos nas atividades sociais.

Todas as secretarias municipais se envolveram na mobilização em Nortelândia, objetivando chamar a atenção de toda a população e a classe política contra o corte de 98% dos recursos destinados as ações sociais planejadas para 2018 que está sendo programado pelo Governo Federal.

O prefeito municipal Zema Fernandes disse que se concretizar o corte, os municípios não terão como desenvolver as políticas públicas de assistência social, causando enormes prejuízos à população que necessita deste amparo governamental.

“É um absurdo esse corte, um retrocesso que pode causar grandes e irreparáveis prejuízos a população em vulnerabilidade social. O Governo Federal presta um desserviço ao país” criticou o prefeito.

Os integrantes do Grupo de Idosos Santana também participaram da mobilização local.

O objetivo do movimento é alertar a comunidade em geral, quanto aos riscos enfrentados pelo SUAS e que vão impactar, consequentemente, na gestão da política local da Assistência Social de todo o país e principalmente de Nortelândia.

Repúdio

No último dia 21 de setembro o CNAS divulgou uma nota de repúdio contra os cortes na proposta orçamentária de 2018. De acordo com o Conselho, a Assistência Social representa cerca de 13,9 milhões de famílias beneficiadas do Programa Bolsa Família, quase 14 mil entidades de Assistência Social no Brasil, 5.570 municípios que ofertam serviços diariamente e mais de 600 mil trabalhadores no Sistema Único de Assistência Social - SUAS.

Pelas estimativas do Conselho Nacional, caso o corte orçamentário seja aprovado pelo Poder Legislativo Federal, apenas na área de proteção básica serão 2 milhões de pessoas afetadas em diferentes municípios do país. No Cadastro Único, que é a porta de acesso para os programas federais da Assistência Social, "a ausência de recursos dificultará a inclusão e a atualização de informações sobre famílias de baixa renda, prejudicando o acesso aos programas sociais", menciona o CNAS. Já no Programa Bolsa Família são pelo menos 170 mil famílias que deixarão de ser acompanhadas.